O vesting é um mecanismo de aquisição de participação de empresas (quotas ou ações), cujo objetivo é fazer com que os colaboradores ou pessoas envolvidas no projeto estejam alinhados com o objetivo que a empresa traçou para os próximos anos.
Ele é amplamente utilizado no ecossistema de startups pois geralmente esses atores não conseguem competir com o mercado tradicional no que tange aos salários e a infraestrutura fornecida aos colaboradores. Além disso, as startups precisam de crescimento acelerado, de maneira exponencial, o que exige intensidade dos envolvidos no projeto e alinhamento de objetivos, pois caso a empresa de base tecnológica não atinja os resultados almejados, existe um grande risco dela deixar de existir.
Por isso, o vesting surge como um mecanismo que tem o objetivo de reter talentos, alinhar objetivos e gerar a possibilidade de ganho exponencial ao colaborador, caso tudo ocorra bem para a startup.
Nesse cenário, é essencial ter de forma transparente os desejos do empreendedor e da pessoa escolhida (colaborador escolhido), pois a construção do contrato será definida a partir dessas premissas. Muitas empresas acabam não entendendo essa lógica, preferem construir contratos “leoninos” e nada colaborativos.
Para compreender melhor vamos pensar no seguinte exemplo: A empresa gosta da atuação de um jovem talento, porém não consegue fornecer um salário de acordo com o padrão de mercado, e por isso decide estabelecer um vesting para este jovem. O jovem adora o ambiente da empresa, principalmente porque ela permite que ele tome decisões, e enxerga nela a possibilidade de, no futuro, tomar mais decisões estratégicas da sociedade. Só que no momento em que ambos vão celebrar o contrato, a empresa estipula que as quotas ou ações do jovem não terão direito de voto, e o jovem não se posiciona de forma transparente por receio da posição em que se encontra.
É provável que nessa situação o objetivo da construção do vesting não seja alcançado pois ambas as partes não consideraram as características essenciais que movem a sociedade, ou seja, as chances do jovem talento permanecer por longo tempo na empresa são mínimas.
Portanto, o contrato de vesting eficaz é aquele que consegue efetivamente incluir as estratégias da empresa e os objetivos e características que estimulam o colaborador, não cabendo mais na era de economia colaborativa que vivemos contratos desequilibrados ou leoninos.