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A indústria dos Fundos Imobiliários: saiba o que esperar

30 de setembro de 2022

Felipe Monteiro

Não é novidade que o brasileiro adora investir em imóveis, ficando entre as modalidades de investimentos preferidas no país. Porém, esse cenário começou a mudar nos últimos anos. A aplicação direta  nesse tipo de ativo, além de possuir alto custo, também envolve burocracia, cuidados e riscos. 

Como alternativa a algumas dessas questões, surgiram os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), que depois de quase 30 anos de sua criação, é possível perceber um imenso crescimento e amadurecimento dessa indústria.

Segundo números da Bolsa de Valores – B3, o número de investidores em FIIs em 2017 cresceu de 121 mil para o impressionante 1,6 milhão em 2022.

 

Evolução dos Fundos Imobiliários 

O cenário dos Fundos Imobiliários que vemos nos dias de hoje é bem diferente de como já foi. Em seu início, os FIIs eram bem mais concentrados e restritivos, possuíam uma gestão mais passiva, onde não eram realizadas grandes mudanças. 

Na época, cada cota desses fundos era negociada a aproximadamente R$1.000,00 e com pouquíssima variedade, onde os imóveis eram majoritariamente do setor corporativo. 

Com o amadurecimento e expansão da indústria desses Fundos, foram criados também outros  que realizam uma gestão mais ativa, dando mais liberdade para o gestor operar, com objetivo de aumentar o portfólio. 

O investimento em FIIs além de se tornar mais diversificado, também se tornou mais acessível para pequenos investidores. O custo por cota foi reduzido de R$1.000,00 para R$100,00, aumentando as chances de fornecer maior liquidez.

 

Crescimento do mercado de FIIs

 Segundo dados da B3, em 2017, eram apenas 121 mil pessoas que realizavam esse tipo de investimento. Cinco anos depois, esse número subiu para aproximadamente 1,6 milhão. Um salto de mais de 1200% no número de investidores nesse período. 

O criador do primeiro Fundo de Investimento Imobiliário brasileiro, Sérgio Belleza, que esteve presente no FII Summit, maior evento de Fundos Imobiliários do país, comentou: 

“Os números que vemos hoje em dia são fabulosos com 1,6 milhão de investidores e me atrevo a falar que o número de investidores em FIIs irá ultrapassar o de investidores em ações”.

 

O que esperar para 2023 

Apesar de o mercado de Fundos Imobiliários ter apresentado um crescimento expressivo no número de investidores e o setor estar mais amadurecido e diversificado, essa categoria de ativos ainda possui espaço para crescer. Pelo menos é o que aponta o Professor Baroni – analista chefe de Fundos Imobiliários do Suno Research. 

“Os Fundos Imobiliários têm hoje 177 bilhões de patrimônio, mas estamos dentro de um mercado que são mais de 6 trilhões em outros veículos de investimento e mais de um 1 trilhão de reais em poupança. Ainda há muito o que fazer”.O Professor Baroni, em sua coluna no Infomoney, destaca ainda que mesmo havendo grande diversificação dos tipos de Fundos imobiliários, a indústria irá apostar mais ainda nessa diversidade de ativos. 

A indústria de certa forma ainda mantém uma característica temática, onde cada FII se estabelece em um setor específico. Com fundos focados apenas em galpões e outros apenas em escritórios, por exemplo. Mas são poucos os que se apresentam com um portfólio híbrido. 

Baroni afirma ainda que “flexibilidade” será a palavra que definirá os próximos passos que já começamos a trilhar. Podendo ser observado cada vez mais fundos imobiliários com um perfil híbrido, onde não ficam restritos a investir em apenas um setor.

 Já em 2023 também podemos ver algumas mudanças nos Fundo Imobiliários. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) já vem aperfeiçoando alguns processos, inclusive em relação às ofertas públicas, que devem trazer ainda mais transparência e liquidez. 

Além disso, a constante discussão sobre o assunto é primordial para que a categoria continue a se desenvolver, fazendo com que cada vez mais pessoas conheçam sobre esses ativos e trazendo mais incentivo para a evolução da indústria.

 

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Este artigo possui caráter informativo, não tendo a intenção de realizar qualquer recomendação de investimento.